Crítica: A Teoria de Tudo e a vida de Stephen Hawking

A cinebiografia de Stephen Hawking tinha tudo para dar errado e cair naquele chavão comum de filme com um protagonista talentoso que acaba com algum problema, mas se supera no final. Baseado no livro My Life with Stephen, de Jane Wilde, A Teoria de Tudo acerta por retratar principalmente o casamento de 30 anos dela com o físico.

Óbvio que o filme tem lá seus clichês, mas eles não comprometem nem um pouco a trama. Evidente também que a doença degenerativa de Hawking é bastante explorado em A Teoria de Tudo, mas de uma maneira delicada, nunca apelativa e bastante pontual (afinal de contas, o casal teve que se adaptar à doença para construir o relacionamento dos dois), assim como a genialidade do físico, que é relatada de maneira discreta no longa, pois, afinal, o relacionamento de Jane e Stephen é o X da questão.

Além de não apelar para o dramalhão, o outro grande acerto do diretor James Marsh foi na escolha dos atores, principalmente os que interpretam o casal protagonista: Eddie Redmayne parece a encarnação de Stephen Hawking e Felicity Jones está muito bem como Jane Wilde. O ator disse em entrevista para a revista Variety ter estudado a vida de Hawking durante quatro meses, incluindo assistir vídeos no YouTube para entender as expressões faciais do físico.

A Teoria de Tudo começa com Hawking já adulto, com 21 anos, e já mostrando os primeiros sinais da Esclerose Lateral Amiotrófica, justamente quando ele conhece Jane e começam a namorar após se apaixonarem à primeira vista. Quando sabe, enfim, da gravidade de sua doença degenerativa, Stephen se isola, mas Jane faz com que ele lute e eles acabam se casando.

E o grande acerto do filme é justamente após o casamento. O foco no relacionamento, com Jane e Stephen se adaptando à doença enquanto constroem a família Hawking (eles tiveram três filhos), ela se sacrificando para dar normalidade àquela situação enquanto o marido piora cada vez mais até chegar ao ponto de não conseguir mais falar e depois se separando quando o físico se apaixona pela sua enfermeira, Elaine Mason, com quem se casou posteriormente.

Indicado a cinco Oscars (Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora), A Teoria de Tudo não chega a ser um dos favoritos da Academia, mas corre por fora para abocanhar uma ou outra estatueta.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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2 thoughts on “Crítica: A Teoria de Tudo e a vida de Stephen Hawking

  1. Estreias: Mais candidatos ao Oscar 2015 estreiam hoje | Dimensão Geek 29/01/15 at 09:47

    […] 28/01/2015 in Cinema: Crítica: A Teoria de Tudo e a vida de Stephen Hawking […]

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  2. Bafta 2015: Boyhood é o grande vencedor da noite | Dimensão Geek 09/02/15 at 01:15

    […] cinebiografia de Stephen Hawking, “A Teoria de Tudo”, também abocanhou três prêmios: Melhor Filme Britânico, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor […]

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